A Plataforma ELOS é uma iniciativa da IFC em parceria com o governo do Japão e a Facility for Investment Climate Advisory Services (FIAS) que busca explorar a relação entre o empoderamento econômico das mulheres e o desempenho em sustentabilidade no setor privado brasileiro.
A Plataforma ELOS consiste em dois componentes principais.
- O primeiro é um componente de pesquisa para investigar lacunas na força de trabalho e na liderança nos setores de energia renovável, agricultura e florestas no Brasil, e para construir evidências sobre como a participação das mulheres impacta a sustentabilidade e a resiliência das empresas do setor privado.
- O segundo componente é uma Plataforma de Aprendizagem entre Pares (PLP) que reunirá empresas líderes brasileiras nos setores de agricultura e florestas para colaborar em rede, compartilhar experiências e implementar ações para aumentar a eficiência em suas operações e impulsionar a inovação promovendo práticas empresariais sustentáveis e inclusivas. A Plataforma ELOS é a primeira PLP da IFC no Brasil.
O potencial do Brasil
Apesar de ser a maior economia da América Latina e do Caribe, o Brasil tem experimentado um crescimento lento e períodos de recessão na última década, com a persistência de pobreza significativa, especialmente entre mulheres, afro-brasileiros, povos indígenas e jovens. Os ricos recursos naturais e a biodiversidade do país o tornam vulnerável aos impactos de eventos climáticos extremos, que desafiam ainda mais o crescimento econômico e o desenvolvimento social.
Em 2023, desastres naturais resultaram em perdas de 19 bilhões de dólares, impactando fortemente a agricultura e a pecuária (EY, 2024). Esses impactos devem exacerbar as desigualdades sociais, empurrando cerca de três milhões de brasileiros para a pobreza extrema até 2030 (WB, 2023).
O Brasil estabeleceu metas ambiciosas para enfrentar as mudanças climáticas, como acabar com o desmatamento ilegal até 2028 e alcançar emissões de gases de efeito estufa net zero até 2050.
Alcançar essas metas exigirá uma força de trabalho maior, especialmente nos setores de energia, agricultura e florestas, onde as mulheres estão atualmente sub-representadas. Abordar as barreiras às oportunidades econômicas das mulheres, como normas discriminatórias, acesso limitado a treinamento e políticas familiares inflexíveis, pode ajudar a atender às demandas de trabalho e beneficiar as empresas por meio de melhor talento, inovação e retenção.
Além disso, a diversidade em posições de liderança tem sido associada a um melhor desempenho das empresas e padrões ambientais, mas mais pesquisas são necessárias para entender essa relação no setor privado brasileiro.